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Klaus não podia acreditar no que
seus olhos antigos estavam vendo. A imagem era clara, porém, seu cérebro era
incapaz de processar corretamente a informação. Phoebe estava sendo possuída
por uma força das trevas pior que ele mesmo, uma vez que essa força era
invisível e intocável. Ele não se moveu durante pelo menos cinco minutos. Ficou
apenas observando seu mais recente objeto de afeição, amor e paixão ser
dominado como uma simples boneca sem vida. Phoebe começou a se contorcer. Seu
corpo delicado mostrou a dor que a presença infligia nele. Seus olhos
desprovidos de vida revelaram-se sombrios e cheios de fúria. Sua boca vermelha
e carnuda começou a abrir, mas diferentemente de minutos antes agora ela emitia
um som gutural e terrível:
- Você não deveria ter se metido
conosco, Klaus. Agora sua amada irá pagar por seus pecados.
- Deixe-a em paz, Demônio!
- Demônio? Eu? Já se olhou no
espelho, vampiro? Você mata e bebe o sangue alheio. Quem é o demônio aqui? -
disse Phoebe, sob a voz da presença maligna. Ainda flutuando em cima da cama,
os braços tortos e caídos. O vestido branco solto como pluma e a boca se
mexendo, porém, a voz doce que ela possuía agora foi trocada por uma voz
nervosa e grossa.
- Isso não importa! É minha
natureza! Vocês, bruxas malignas, deviam saber disso. Afinal, natureza não é o
que importa para vocês? Agora, saia do corpo da Phoebe e nos deixe em paz,
droga! - esbravejou Klaus. Em seguida, fez menção de se mexer em direção a sua
amada, porém, esta se virou de repente, forçando-o a encarar os grandes olhos
totalmente negros, possuídos. Agora, ela estava de pé na cama e sorriu antes de
falar:
- Nem perca seu tempo tentando
reanima-la. Ela só despertará quando eu disser a hora.
- O que eu preciso fazer?
- Por hora, apenas se mantenha fora
do nosso caminho. Mais tarde voltarei com mais informações.
- Como assim mais tarde? Eu a quero
agora!
- Eu sei. E você a terá. Em
instantes. - disse a voz. E assim o corpo de Phoebe caiu na cama fazendo um
barulho quase inaudível. Ela respirou fundo como quando respiramos pela
primeira vez depois de muito tempo segurando o ar em baixo d'gua.
- Klaus?
- Ah, meu amor! Desculpe-me por
isso! - disse Klaus já ao lado dela apoiando suas costas enquanto Phoebe
tentava se levantar. Ficou na cama.
- O que? O que aconteceu? - disse,
assustada e respirando com dificuldade.
- Quer dizer que você não se lembra
de nada? - disse Klaus, surpreso.
- Só de que supostamente você
deveria estar do meu lado, aqui - disse ela, depois apontou para o lado direito
da cama - dormindo. Mas agora parece que recebi uma pancada muito forte na
cabeça.
- Você foi possuída, meu amor.
- Por quem?
- Não acho que seja um ' quem ' e
sim ' o que '. Quero dizer, parecia humano, mas duvido que seja. As bruxas são mestras
em contatar criaturas mais sombrias que vampiros e lobisomens.
- E o que essa coisa queria comigo?
- Ah, meu amor! Desculpe-me, mas
eles só foram atrás de você porque você está comigo. Eu deveria ficar longe de
você, mas eu simplesmente não consigo.
- E nem deve. Klaus, você não vai a
lugar algum! - disse ela, um pouco brava, mas mostrando que estava bem.
- Claro que não. Quem mais lhe
protegeria? - e puxou-a para um longo beijo.
***
Na manhã seguinte Klaus e Phoebe
levantaram cedo. Phoebe levantou cedo. Klaus ficou a noite toda acordado. Lendo
livros e fazendo pesquisas. Nunca soube muito sobre as bruxas, pois nunca teve
de lidar com elas. Lobisomens sim. Cães sarnentos na opinião dele. Não lhe
deixavam em paz. Sempre insistindo em uma cura para a transformação da Lua
Cheia. Eles podiam se transformar sempre que quisessem, porém, na Lua Cheia
eles eram os monstros que os filmes de Hollywood sempre fizeram questão de
mostrar. Não se lembravam de nada. E matavam quem estivesse no caminho, sem
misericórdia.
Há mais ou menos trezentos anos uma
bruxa muito poderosa colocou na cabeça dos lobisomens que Klaus era a chave
para essa maldição, de modo que ele passou a ser perseguido desde então. De
alguma forma, a bruxa os convenceu de que com o sangue e o corpo de Klaus ela
seria capaz de fazer uma poção, um feitiço e por fim um ritual poderoso o
bastante para quebrar a maldição da Lua. É claro que, com a condição de ter a
submissão total dos lobos para ela.
- Acordou tarde, meu amor. - disse
Klaus para Phoebe quando viu que ela abria os olhos muito devagar.
- Sim, mas achei que iria me
acordar. Combinamos ontem à noite de sairmos cedo, para não correr risco de
toparmos com as bruxas, não foi?
- Sim, mas você dormia tão lindamente
que fiquei com pena de acorda-la. Além disso, não acho que precisaremos nos
preocupar com elas tão cedo. Nosso maior problema são os lobos.
- Verdade. Por alguma razão eles
também estão atrás de mim. Que coisa!
- Sinto muito, minha querida. Isso
é tudo por minha causa. Lamento o dia que entrei em sua vida.
- Pois eu não! Foi o primeiro dia
dos melhores da minha vida, pois desde aquela terça-feira de manhã eu tenho
estado com a melhor pessoa desse mundo.
- Exceto que eu posso não ser uma
pessoa. - disse Klaus baixando a cabeça e fitando nas pequenas e delicadas mãos
de Phoebe que estavam posicionadas em suas coxas. Ela estava sentada na beirada
da cama olhando para ele.
- Oras, você é meu anjo!
- Anjo? Estou mais para Demônio,
Phoebe. Nós pouco nos conhecemos. Há histórias sobre mim que poderiam te deixar
assustada. - disse ele olhando para o chão agora. Fez menção de caminhar para a
janela, mas parou ao ouvir a voz levemente alterada de Phoebe.
- Não sou criança, Klaus! E sei
quem você é. Acredite, minha vida nunca foi fácil. E se você não é um anjo, é
meu Demônio. E só meu. - puxou-o para um abraço apertado. - E isso me basta.
- Sim. - ele retribuiu. Apertou-a
contra o peito com força. Seu peito duro como mármore e frio como gelo, mas que
naquele momento ele sentiu aquecer com a presença dela. - Sou seu.
Uma batida estridente os fez sair
da posição perfeita do abraço.
BAM!
- Mas o que !
BAM ! O som continuava. Ainda mais
forte a cada nova batida.
- Não pode ser!
- O que foi, Klaus?
- Eles não deveriam conseguir bater
nessa porta!
- Eles quem e por que não
conseguiriam?
- Ontem à noite enchi a parte de
fora da porta com objetos de metal e prata. Ao se aproximarem eles deveriam
sentir repulsa somente do cheiro! Isso não faz sentido.
BAM, BAM, BAM Parecia que a porta ia
ceder. Não iria aguentar muito tempo.
- Droga! Eles vão entrar. - disse
Klaus. Temia pela vide Phoebe. Única coisa capaz de faze-lo se assustar em mais
de mil anos.
-
Eles quem, Klaus?
-
Lobisomens.
[Katherine e Damon. A imagem não está boa, mas foi a única que encontrei que cabia aqui, rs ]